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Rocinante
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O cinema que o sol n​ã​o apaga

by Thiago Amud

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1.
Sempre que você ouvir a voz da Angela Maria tonitruar ‘Malvadeza Durão’ E então a lágrima do Grande Otelo se transfigurar Deixe acordar a certeza que dorme em seu peito O Brasil tem que ter jeito O Brasil tem que ter jeito Deixe acordar a certeza que dorme em seu peito O Brasil tem que ter jeito O Brasil tem que ter jeito O Brasil tem que ter jeito O Brasil tem que ter jeito Tem que ter algum jeito, ai morena Pra mais bela cena Não ser ilusão Pra visão que o vazio apequena Pegar na safena E poder ter vazão Em novo canto, em renovo cinema Que arranque as algemas dessa geração Presa nos lemas, nos estratagemas Pois desaprendeu a reconciliação Ação: Mete um chute na porta Corta: Arte da contemplação Tem que ter algum jeito, ai caramba Pra sina do samba Ser mais singular Pra canção não ser mera muamba Que o pseudo-bamba Só tem pra lucrar Não me incomodo se ele não se engana Se é cheio de gana, possa prosperar Mas se ele é gênio só porque fez grana O outro é honesto porque é parlamentar No ar Panteão de mentira Tira Bota a musa no lugar Sei que tem nessas terras tão largas Visões nem amargas E nem pueris Carnavais que não devem a Vargas Inchando as ilhargas De todo o país Sei que independe de mim toda saga Que um deus roga praga e o povo é tão feliz Mas no cinema que o sol não apaga, morena Entenda o que este samba lhe diz Sempre que você ouvir a voz da Angela Maria tonitruar Malvadeza Durão E então a lágrima do Grande Otelo se transfigurar Deixe acordar a certeza que dorme em seu peito O Brasil tem que ter jeito O Brasil tem que ter jeito Deixe acordar a certeza que dorme em seu peito O Brasil tem que ter jeito O Brasil tem que ter jeito O Brasil tem que ter jeito O Brasil tem que ter jeito Margens plácidas sem leito O Brasil tem que ter jeito Berço esplêndido onde eu deito O Brasil tem que ter jeito Por que foi que deu defeito? O Brasil tem que ter jeito Vasto sonho, tempo estreito O Brasil tem que ter jeito Não restou nenhum direito O Brasil tem que ter jeito Doce rio de rejeito O Brasil
2.
Ê povo, tá que não pode Com o baque do pagode Nesses carnavais Deu piripaque, deu bode Sem tacape, quem nos acode Dos policiais? Ê Calunga Mãe do tocador Ê Calunga Mãe do patuscador Ai meganha Filho de feitor Ê povo tá que não guenta Tanta máquina cruenta A violar-lhe o chão O dique um dia rebenta Na taquicardia barrenta De seu coração Ê Galanga Mão do cavador Ê Galanga Mão do minerador Ai Germânia Dona do trator De tanto veio vazado Tanto viço avariado O povo deve dar de ver Mais uma vez um Monte Santo Soerguido em seu espanto Em cada canto em cada canto Da metrópole de ouro Dom Sebastião voltando ileso Da cruzada contra o mouro Cristo, Santo Espírito, Olorum Yá Quem há de ser o novo guia que o povo Intuía? Quem vai achar a mina que a pobre sina Redima? Quem vai baixar dum sonho e estancar o sangue Medonho? Quem vê no precipício o tempo propício Do início? Quem vai raiar o novo dia que o povo Dormia? Quem vai achar a mina que a pobre sina Redima? Quem vai baixar dum sonho e estancar o sangue Medonho? Quem vê no precipício o tempo propício Do início?
3.
Do político 01:52
Tenho muita pena do político Que é possuído por metal envenenado Precisa de um séquito, é tão raquítico Borra de medo feito um coitado Quebra a colunata da política Faz uma torre de babel sem espinhaço Carece de máscara, remói a crítica Num arremedo de homem de aço Tenta amaciar o travesseiro Mas tem vergonha do anjo da guarda No meio da noite rosna o perdigueiro Em pesadelos a verdade o acovarda Quando ele acorda, deixa a cabeça No gabinete com seus assessores Assim não se recorda de nenhuma promessa Que levou na conversa uma porção de eleitores Imagino giros infelizes Depois do fim de sua vida longeva Entre burocratas, banqueiros, juízes Um bando de capacho do rei da treva Tenho muita pena de nós todos Quando nós somos quase iguais a ele Quando amamentamos com nossos engodos O lobo que há debaixo de nossa pele
4.
Vou parafrasear o poeta ao invés de inventar em vão Vou te roubar um beijo sem pejo ao invés de teu coração Vou lapidar uma ova! Vou dar uma sova na lira e rimar tudo em "ão" Vou virar um homem de ação Vou aprender o passo desse tempo Vou dar uma de mamulengo (lengo lengo lengo...) Vou pra lá, vou pra cá Pra Jacarepaguá, pro Jaboatão Vou parar de cantar por amor, vou cantar só por profissão Vou te dar muito orgulho Ou em junho ou em julho vou pintar na televisão Vou amealhar meu primeiro milhão Porque vão bombar meu primeiro refrão no verão Quando ele pegar Eu te pego, eu te pego, eu te pego Quando ele pegar Eu te pego, eu te pego, eu te pego Quando ele pegar Eu te pego, eu te pego, eu te pego Ai, se eu te pego Vou piripaquear de tanto paparazzi no meu jardim Vou piparotear com tanta piriguete em meu camarim Vou aprender uns truque Salve o Facebook, salve o Tinder e o Linkedin! Vou deixar de juntar cupim Vou demitir a velha consciência Vou parar com essa lenga-lenga (lenga lenga lenga...) Vou reinar no Pará Em Jacarepaguá, em Paramirim Não vou nem me lixar pro intelectuário tupiniquim Vou ser viralizado, visualizado Vou entrar no teu mainstream Vou botar a imprensa de quatro por mim Que o refrão é fraco quando o marquetim é ruim Quando ele pegar Eu te pego, eu te pego Quando ele pegar Eu te pego, eu te pego, eu te pego Quando ele pegar Eu te pego, eu te pego Ai, se eu te pego
5.
Autorretrete 02:36
Pálido lastimagro Candango cambaio Logicaótico adiantardo Plenilusco-fusqueimado Libelulanjo caleidoscópio Vazalume estremunhado Abaporu cobaio Zambeta zangado Ludicolérico alanceado Protoprinspe supersapo Sonambuláporo cornucópio Minotauro anistiado Thiagonizante Metamorfético infante Maremoto-boy Celancantor popular Hipopotálamo errante Autorretrete aberrante Cidadoido brasilhado Tropicalheado Indócil barbaropata catártico Poetapado Liricolapso encapsulado Andropóide macacabro Ornitonírico semiópio Neurastênio abarrocado Agnus Dei bastardo Pró-feto priapo Lubricatólico encalacrado Psicopompo episcopado Aristotêmico mitoscópio Verbossauro angustiado Metamorfético infante Maremoto-boy Celancantor popular Hipopotálamo errante Autorretrete aberrante Cidadoido brasilhado Tropicalheado Indócil barbaropata catártico Poetapado Idiossincrético estropiado Debilove girovago Alacricri simulacronópio Pós-conservolucionado Pálido lastimagro Zambeta zangado Liricolapso encapsulado Psicopompo episcopado Alacricri simulacronópio Pós-conservoluciolibelulanjo caleidoscópio Vazalume estremunhadambuláporo cornucópio Minotauro anistiornitonírico semiópio Neurastênio abarrocaristotêmico mitoscópio Verbossauro angustiago
6.
Riso desfeito em pranto Quando a manhã clareia E um lento desencanto vem Orvalho na candeia Friagem no recanto E o teu quebranto me ardendo na veia Quando a noite era um manto Quando era a lua cheia Tu me querias tanto bem Agora que outra madrugada cora E ao meu lado já não tem ninguém A barra quebra contra minha cara Amanheço mas não sei pra quem
7.
O teu coração: superfície de Marte Nenhum ofício de gente logra sondar-te Por mais que o feito nos tente Não há resquício de alento O ar: não há quem respire-o Jaz um deserto no Empíreo A face inscrita nos cavos Da crosta ocre semelha A triste cara do Cristo Em sacra argila vermelha Feita por mãos de além-arte Porém são traços vazios Incontinências do solo Em Marte pouso é martírio Sob as estrelas do colo Teu coração montanhoso Não estende aeroportos Para as ridículas naves Abarrotadas de lírios E bagatelas terráqueas Lançadas ao rés do cosmo Sem conhecer contraparte Meu coração insulado Mais vate do que astronauta Tem que singrar outra esfera Cegar o sol na soleira Deixar a lua aterrada Largar a casa na vida Pedir guarida pra Nasa Roubar foguete e cometa Pra quando enfim te abordar Te sentir o céu rarefeito Se intoxicar no metano Congestionar de teu nada Teu coração não difere Do coração de outras musas Que atraem tuberculosos Castos de olheiras escuras E espalham de muito longe (De Atlântida, França ou Marte) Seu halo melado visgo Mas quando chegamos perto Na Europa são niilistas Nos mares são espadartes Em Marte nos causam isto Que causas nos que se arriscam De estro e de peito abertos E liras alanceadas Na beira de algum vesúvio O estro sofre estupores A lira, letais vapores E o anjo - pobre do anjo Quase que sofre um enfarte O teu coração: superfície de Marte
8.
É preciso matar amores na retorta Antes que virem rosas radiantes Antes que fulgurem luas cloróticas Atuando no espelho feito alfanjes É mister soterrar canções almiscaradas Antes que o peito exploda noite afora E o coração flutue pela poalha Atalaia de auroras viciosas É preciso ser o seco, o hirto, o oco Trucidar em botão o riso ébrio Conhecer que as belezas guardam logros E que as musas criam tênias de dez metros Há que crucificar falenas na cortiça Ou serão mensageiras da esperança É melhor mumificar a vida A fim de que ela seja inteira e branca
9.
Catirina espera u’a menina Que lhe come as proteína Há nove meses sem parar Qual lombriga dentro da barriga Inté parece que periga O umbigo dela estuporar Pobre do Francisco Seu dinheiro não condiz Co’o tanto de petisco pro jantar E por conta disso Pega o dobro de serviço Mas não adianta Dura saga duplicar a paga Para alimentar a draga Em que a mulher se transformou Na fazenda ele é gado e moenda E ainda aguenta reprimenda De vaqueiro e de feitor Acabada a liça O cabra esquálido espreguiça O esqueleto que sacolejou Mas voltando ao lar A Catirina lhe declara Que tá com desejo Pede caldo, pão de queijo Uma cumbuca de pitéu Moquém de caranguejo Pede, pede uma bandeja De beiju, caju com mel Banana de sobejo Quando Chico pede cama Catirina quer farnel Tirina mal reclama Chico traz sarapatel Que a gente quando ama Vara meio-mundaréu E pena uma disgrama Pela bela dama que a gente embuchou E que virou Pantagruel Certa noite, Chico leva o boi Tinhoso a fogo, ferro, açoite Até o curral de seu patrão Faz dinheiro co’esse cativeiro Pois xodó de fazendeiro É marruá e barbatão Volta satisfeito No caminho vê seu feito Virar lenda e preito no sertão Mas, dever cumprido Seus deveres de marido Já lhe desconcertam A gestante tem sob o semblante Um pensamento delirante A remoê, remoinhá O recém-herói, refém da prenhe Vê que, por mais que se empenhe Ela não vai se saciar E de gulodice A moça diz: ‘eu quero as vísceras Do boi tinhoso pra aplacar Qualquer ameaça De que a nossa filha nasça Com focinho de vaca’ Catirina quer a língua Do zebu do coronel E fica de rezinga Pede o lombo, pede logo Todo o resto do tropel Pra não morrer à míngua Quando Chico pede calma Catirina cospe fel Tirina não tem alma Só desejos a granel Mas pra não ser um mau Marido, Chico vira réu Pra não causar um trauma Na mulher amada que ele engravidou E que virou Pantagruel Catirina espera u’a menina Pai Francisco mata o boi arisco Ele arranca as tripa, quebra as anca O povo sobe nas tamanca E saltimbanca no dia de boi-bumbá Pé na estrada, Chico E não volte aqui nunca mais Não volte nunca mais Pé na estrada, Chico...
10.
Brasiléia 03:34
De vez em quando o meu Brasil Bate pino por ardil De Dão Pedro Malasarte (O rai' que o parte, o rai' que o parte) Bacamarte abre um hospício nacional E funda a nova capital Meu tio avô Jeca Tatu Pra curar do calundu Deu de ler Augusto Comte (Nem me conte, nem me conte) O Peri fez infusão de Mogadon E dizem que virou maçom Ai, Sebastiana O lirismo é que me dana Vou mudar pro ABC Ai, Maria Moura Se eu queimar essa lavoura Apareço na tevê Vendam toda a esperança Pra pagar minha fiança De Manape e de Jiguê – ei Lá vai o bacharel Rei da Vela, coronel Contrarrevolucionário (Honorário, honorário) Vitorino Papa-Rabo já caiu Ou é primeiro de abril? De quando em vez o meu país Quase emerge por um triz Mas o tempo acende a frágua (Berro d'água, berro d'água) Pauliceia desvairou, tombou no vão Do Liso do Suçuarão Ande, Macabeia Volte para a Galileia Onde Antônio aconselhou Vá, Sinhá Vitória Que tá perto o fim da história O Encoberto despertou Vendam toda a traquitana Ai de ti, Copacabana Ai de nós, Arpoadô – oi Lá foi o europeu O chinês e o judeu Pro leilão da fuloresta (Ai que festa, ai que festa) Malasarte aproveitou o carnaval E tomou conta do pré-sal E dizem que virou maçom Fundou a nova capital No Liso do Suçuarão Ou é primeiro de abril Ou é primeiro de abril
11.
2022 04:30
Abatereis lanceiros Da cavalaria do Império da Serra do Mar Atravessareis barricadas As da reação, as da rebelião As da imunidade parlamentar Entrareis em cheio No ventrículo esquerdireito do monólito Com vosso tropel de zumbis E ali desenterrareis O tesouro português Honrarias, brasões e maravedis Financiareis a mineração de nióbio, carvão e bauxita E à Ilha Bonita de Marapatá Chegareis, Colombo, e ferrareis o lombo de las chicas Com vosso mazombo patuá Cavalgareis icamiabas ávidas Por vosso florete lavrado na CSN E nelas semeareis Com fúria e com languidez A vossa progênie Serão os filhos do herói A síntese da raça Os magos da nanotecnofolia Vão esmagar o Hemisfério Norte Como disse Dom Bosco Vieira Na profecia Vereis nosso brilho crescer E o resto do mundo dizer: - Pindorama, we need you! E quando raiar esse dia Será de alegria O vosso suicídio O povo em transe comemorará Vosso ingresso na posteridade A grande pátria livre cantará De gozo, de inveja, de medo e saudade Mas a falange zumbi vos invocará no centro do terreiro E vossa reencarnação será visualizada pelo mundo inteiro
12.
Os cegos não enxergam o algodoal do céu Nem os olhos siderados do hipnotizador Os cegos tateiam cores e prestidigitam flores Ouvem as explosões do sol Adivinham brancas cirandas E desenham lúcidas mandalas O mundo imaginal Sumiu num ponto cego atrás dos olhos de São Tomé Apóstolo Os cegos transparecem videntes Em fitas infinitas do cinema que o eclipse não apaga E dormem emparedados em casas geminadas E dormem emparedados em casas geminadas Tem cego no oco do chão, na província das toupeiras Tem cego aliviando incêndio com seu lacrimário de devastação Tem cego polindo cristal com retumbo de corisco Tem cego atravessando o tempo em busca da Ilha de Santo Brandão Tem assum preso nas gaiolas do amor O mundo imaginal Sumiu num ponto cego atrás dos óio de Santomé Apóst'lo Igrejas, minaretes, pianos, sonhos As moças bonitas, as feias O ouro da alquimia O vento buliçoso no canavial O bote das sucuris Os braços de Shiva, da Vênus de Milo A brisa que o Brasil beija e balança O rio da minha aldeia O grande sertão: veredas É tudo se concentrando ali no mesmo ponto É tudo se concentrando ali no mesmo ponto Os cegos se concentram num ponto Mas o ônibus arregalado passa ao largo feito um raio e fecha os vidros
13.
Naquela rua brinquei só Improvisando lugares Quem soube do mundo que eu erguia Entre o muro e a escadaria? Naquela praça intuí Deus Amendoeiras tremiam Foi como um primeiro alumbramento Quem me adivinhava o pensamento? Meu bairro, meu onde, meu quando Calçadas me atravessando pra além Às vezes a esquina bifurca E eu dou n’outra Urca Não mora ninguém Meu bairro, nem quando nem onde Brincando em mim de esconde-esconde, cadê? Você é um sonho Não passa de um sonho Ou não: quem me sonha é você Naquela casa gritei: - vó! Cigarras desentoavam Qual o nome disso que me arde? Como a morte coube numa tarde? Meu bairro, meu onde, meu quando Calçadas me atravessando pra além Às vezes a esquina bifurca E eu dou n’outra Urca Não mora ninguém Meu bairro, nem quando nem onde Brincando em mim de esconde-esconde, cadê? Você é um sonho Não passa de um sonho Ou não: quem me sonha é você
14.
Cinema Russo 04:32
Abissal canção de musgo Nevoeiro sépia quase pólen Pela réstia do limbo o gás do tempo Um borrão de chumbo sobre a lua Mãe, vou sozinho no mundo Vou sozinho no mundo Vou sozinho no mundo Desolada voz de tudo Trigo sarraceno em tarde ocre Vai descer o silêncio na clareira Vão subir as lágrimas da Rússia Filho, eu te espero no sonho Eu te espero no sonho Eu te espero no sonho
15.
Canto baixo todo dia Pra fazer lua girar E o sol que nos alumia Não deixar de alumiar Todo dia canto baixo Mode adormecer o sol Vem a lua com seu facho Acender nosso lençol Toada que eu invento é quase nada que diz Bem mais que o pensamento a melodia é motriz Pego o mote a contrapelo Que ele é rápido alazão Só de a gente não perdê-lo Já se apruma outra canção Se eu deixar passar o mote Pras campinas do amanhã Passa o tempo com seu trote Numa tropelia vã Toada que eu invento é quase nada que diz Bem mais que o pensamento a melodia é motriz Canta passarada Que o tanto que tá calada é dor é dor Cantilena alada Vade retro a desventura De eu perder o grão do too Nos baixios da amargura Nos desvãos por onde escoo Sumidouro vade retro Pra que eu saiba sempre ouvir Todo verso com seu metro Seu mistério, seu porvir Toada que eu invento é quase nada que diz Bem mais que o pensamento a melodia é motriz Penso forte toda hora Que é pra lua nos crescer E o sol que inaugura a aurora Toda a vida nos nascer Canto baixo, penso forte E isso deve ser rezar Pra que o mundo e sua morte Não nos façam desamar Toada que eu invento é quase nada que diz Bem mais que o pensamento... Canta passarada Que o tanto que tá calada é dor é dor é dor Cantilena alada
16.
Nascença 03:09
O mundo novamente nasceu Senhora dona Recebe o menino que Deus deu Olha o verde na terra Olha o branco na lua Alegria, aleluia Alegria, aleluia

about

DISCO 1

Lado A

1. A mais bela cena – 5:01 (Thiago Amud)
2. Calunga e Sebastião – 4:03 (Thiago Amud)
3. Do político – 1:52 (Thiago Amud)
4. Plano de carreira – 2:58 (Thiago Amud)

Lado B

1. Autorretrete – 2:36 (Thiago Amud)
2. Desamanhecido – 3:42 (Thiago Amud)
3. O teu coração: superfície de Marte – 4:52 (Thiago Amud)
4. Tênias e falenas – 2:18 (Thiago Amud)

DISCO 2

Lado A

1. Catirina desejosa – 5:16 (Edu Kneip/Thiago Amud)
2. Brasiléia – 3:34 (Guinga/Thiago Amud)
3. 2022 – 4:30 (Thiago Amud)
4. O mundo imaginal – 3:36 (Thiago Amud)

Lado B

1. Quando a esquina bifurca – 3:34 (Thiago Amud)
2. Cinema russo – 4:32 (Thiago Amud)
3. Cantilena alada – 3:47 (Thiago Amud)
4. Nascença – 3:09 (Thiago Amud)

credits

released June 1, 2018

Concepção, arranjos, regência e direção musical: Thiago Amud
Produção musical: Ivo Senra
Co-produção: Sylvio Fraga
Gravação: Pepê Monnerat no Estúdio Rocinante
Mistura: Renato Godoy e Pepê Monnerat no Estúdio Rocinante
Masterização: Joe LaPorta
Projeto gráfico: Júlio Abreu e Leonora Weissmann | Jiló Design
Xilogravuras: Leonora Weissmann

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about

Thiago Amud Rio De Janeiro, Brazil

Thiago Amud is a composer, singer, arranger, and guitarist.
He has launched the albums Sacradança, De ponta a ponta tudo é praia-palma (From tip to tip it’s all beaches and palm trees), O cinema que o sol não apaga (The cinema that the sun doesn’t erase), and São.
According to Caetano Veloso, “Thiago Amud is a phenomenon in the realm of expressive musical media."
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